Colos é uma freguesia rural do concelho de Odemira com cerca de 900 eleitores. Nesta freguesia o Bloco de Esquerda apresentou a lista candidata à Assembleia de Freguesia, que é encabeçada por Jacinto Maria, antigo presidente da Junta de Freguesia eleito como independente pelo Partido Socialista.
Na sessão de apresentação, em Colos, estiveram presentes cerca de 200 pessoas. Jacinto Maria, depois de apresentar todos os candidatos e candidatas, disse que a candidatura se apresentava para combater o progressivo abandono de Colos, em que os jovens são obrigados a abandonar a terra para lutar pela vida. Jacinto Maria declarou ainda que se candidata com o objectivo de fixar os jovens em Colos e de lutar por "uma terra mais bonita e solidária".
Constantino Piçarra denunciou a desertificação e pobreza a que tem sido votado o Alentejo, a perda de população no distrito de Beja, o encerramento constante de serviços públicos, a falta de estradas no interior e a concentração dos subsídios à agricultura nos grandes agricultores. O cabeça de lista do Bloco às legislativas pelo distrito de Beja declarou que é preciso "mudar de vida" e apelou ao voto no Bloco.
Alberto Matos disse que encabeça a lista à Câmara de Odemira, para que o Bloco se torne a terceira força no concelho e que em Colos possa mesmo ser a primeira. Alberto Matos denunciou a entrega por 23 Câmaras do Alentejo (presididas pela CDU, pelo PS e pelo PSD) de 51% do tratamento das águas, por 50 anos, à empresa Águas de Portugal (AdP), que poderá vir a ser privatizada. "Não vamos aceitar um negócio destes", disse Alberto Matos, que anunciou a entrega de uma providência cautelar contra este contrato entre as Câmaras e a AdP. "A cidadania com todos e com todas" será o lema da candidatura, que apresentou também como candidata Desislava Atasanova, uma cidadã búlgara imigrante que vive no concelho.
Por fim, Francisco Louçã disse que é uma grande honra para o Bloco ter esta candidatura em Colos, mostrando que "pode haver uma Junta de Freguesia eleita para respeitar as pessoas".
Louçã salientou que "sempre tivemos crise no nosso país", que esta crise é o resultado dos negócios prósperos, feitos contra o interesse de todos, e de um país desigual. O deputado do Bloco apelou depois a que cada um saiba decidir por si e pela sua terra, disse que "todos somos precisos para dar opinião", salientando que "os alentejanos e as alentejanas sempre foram dos primeiros a dar opinião".