quarta-feira, 05 março 2014 15:24

“As Árvores morrem de pé!”: Na destruição dos ENVC

Foto Jorge Teixeira

O Governo decidiu encerrar os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) de despedir «por mútuo acordo» todo o pessoal - só 11 trabalhadores, entre os quais, 2 da CT, resistiram até ao fim, sendo despedidos coletivamente - e subconcessionar os Estaleiros à MARTIFER onde pontua a Mota-Engil. Artigo de José Casimiro.

A luta demorou meses mas vem de longe, unindo todos os trabalhadores, uma Cidade inteira e colhendo a simpatia um pouco por todo o País, pela viabilização dos Estaleiros. Travar a subconcessão e evitar o encerramento dos estaleiros foram o centro do principal objectivo da petição que recolheu mais de 8500 assinaturas entregue na Assembleia da República. 

As ruas de Lisboa e de Viana do Castelo encheram-se várias vezes em luta. «Queremos o Estaleiro, não queremos dinheiro», «Estamos a lutar, queremos trabalhar», «Construção naval faz falta a Portugal», «Está na hora de o Governo ir embora», «A luta continua, na empresa e na rua», «Viana quer progresso, não quer retrocesso» e «A subconcessão é destruição» foram as palavras de ordem ecoadas pelas cinco centenas de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo nas ruas de Lisboa, que recebeu a solidariedade de representantes de organizações sindicais da CGT francesa e das Comisiones Obreras de Espanha, com intervenção na indústria naval.

O governo, fez tudo para encontrar 30 milhões de euros para os despedimentos mas durante dois anos não disponibilizou um valor muito inferior para comprar aço e avançar com a construção dos dois asfalteiros encomendados pela Petróleos de Venezuela. No fim do ano de 2013 anunciou-se a chegada de 2300 toneladas de aço, para que a construção seja prosseguida pela empresa privada que ficou com a subconcessão das instalações e equipamentos dos ENVC. Esta subconcessão pode ser um bom negócio para a Martifer e para a Mota-Engil, mas é desastroso para a região, para a indústria naval e para o País.

O Encerramento dos ENVC provoca um aumento de 12 por cento no desemprego em todo o Distrito. Em Bruxelas, no Parlamento Europeu e junto do Comissão Europeia, confrontando diretamente Durão Barroso, comprovou-se que, afinal, ainda não havia decisão da Comissão Europeia sobre os apoios públicos aos ENVC. 

A luta continuava agora noutros corredores. Tanto mais que a UE vai obrigar os navios da marinha mercante a equiparem-se com duplo casco, nos próximos anos, o que representa um potencial de trabalho para os ENVC, embora aqui se confrontem interesses de quem domina a UE e não quer os Estaleiros de Viana a funcionar, para que esse trabalho seja entregue a empresas da Alemanha, da Europa central e da Polónia.

Ao mesmo tempo pelos corredores do poder realizavam-se negociações paralelas entre representantes sindicais da USVC, do Ministério da Defesa Nacional (MDN) e da administração dos ENVC, para a "flexibilização" do Plano Social visando "facilitar” o acordo com os trabalhadores. De acordo com dados da empresa, entre os 609 trabalhadores dos ENVC, cerca de 230 estão em condições de aceder à reforma.

A unidade e solidariedade entre trabalhadores foi minada, a troco sabe-se lá do quê ou de quê….Alguém trabalhou bem para os interesses do governo e da Mota-Engil que recebe uma empresa “limpinha, limpinha, limpinha” parafraseando um treinador de futebol, pouco se importando de como ficam agora os trabalhadores, nomeadamente, os 11 últimos resistentes da luta a favor da viabilização dos ENVC contra a subconcessão.

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