PROPOSTA DAS QUESTÕES ESSENCIAIS EM DEBATE
Como construir uma cidadania para a democracia e para liberdade a partir da Escola?
Os sinais evidentes da progressão de ideologias conservadoras e de extrema-direita colocam em alerta a Educação e a Escola Pública. Desde sempre a escola é o terreno onde de modo mais declarado ou mais subliminar, se aplicam ideologias que trazem desenvolvimentos no que se aprende e no que se ensina num determinado sentido.
Em 50 anos de Democracia, com avanços e recuos, o sentido tem sido o de garantir o direito à Educação de todas as crianças e jovens, que tem como expoente maior os 12 anos de escolaridade, a educação para a sexualidade e para a inclusão. A estes desenvolvimentos subjazem princípios explanados na Declaração dos Direitos Humanos, de que são exemplo a escola multicultural, com todas as diversidades, inclusiva e para todos e todas.
O ataque à Educação é uma das estratégias do ataque à democracia. As ideias mais conservadoras e de extrema-direita criticam os referidos desenvolvimentos civilizacionais e com argumentos sem base científica, preconceituosos, racistas, homofóbicos e limitadores dos direitos das mulheres.
As II Jornadas de Educação do BE têm por objetivo desconstruir estas narrativas a partir de legislação e outras iniciativas pretensamente reformistas, como os DL 54 (inclusão) e DL 55 (cidadania e flexibilidade curricular), visando delinear estratégias de consolidação da escola multicultural e inclusiva.
Nas celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, múltiplas vozes davam conta de duas preocupações: um dia não haverá testemunhas da História que viveram os tempos da ditadura, experiências de opressão e que os mais jovens parecem não querer acreditar nas experiências que partilham. Nesse caso, cumpre perguntar, o que se anda a promover nas aulas de cidadania implementadas nas escolas desde 2018?
Com a aprovação do Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória, (PASEO) em 2017, preconiza-se um conjunto de valores e capacidades humanas, muito além da transmissão fatual ou do tradicional foco nas ciências exatas. Pretende-se cultivar valores e princípios que devem nortear transversalmente o ensino, a aprendizagem e a vivência escolar, nomeadamente Liberdade, Cidadania e Participação entre outros, numa escola Inclusiva de base Humanista.
Importa pois saber que ferramentas e vivências estão a ser promovidas junto de alunos e de alunas que lhes permitam desenvolver a capacidade de compreender a realidade, desmontando a manipulação e as narrativas conservadoras.
No momento atual, e um pouco por todo o lado, a escola está a ser alvo da extrema-direita no que diz respeito aos currículos, ao papel do professor ou à gestão e isso é fonte de preocupação. Os sinais do programa para a Educação deste novo Governo indicam um novo retrocesso na Escola Pública que pode não estar a ser capaz de prevenir uma sociedade de ódio, descriminação, exclusão e, consequentemente, de violência.
São estas as questões essenciais que justificam a realização das II Jornadas, no sentido de compreender como formar efetivamente para os valores da democracia e da liberdade, crianças e jovens sem esquecer a formação contínua de professores e dos outros trabalhadores do setor da Educação e ao longo da vida, no momento presente e no futuro.
PROGRAMA
JÁ TREALIZADOS
Debate 1: “A Cidadania na escola: ”, com Rodrigo Azevedo (UP) e Alexandra Vieira (Professora História Ensino Secundário)
31 de agosto, sábado, presencial, integrado no Fórum Socialismo, Braga.
Gravação do debate disponível neste site.
Debate 2: “Novos modelos pedagógicos e democratização da escola”, Pedro Pereira (ESE, IPP) e Miguel Correia (professor e investigador)
1 de setembro, domingo, presencial, integrado no Fórum Socialismo, Braga.
Gravação do debate disponível neste site
PRÓXIMOS DEBATES
Roda de conversa 1: “Perspetivas e expetativas dos profissionais da Educação”
20 de setembro, 21h15, online
Debate 3: Ensino de Português no Estrangeiro: que futuro? com Pedro Rupio, ex-presidente do CCP, e Teresa Duarte Soares, Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas
11 de outubro, 21h15, online
Roda de conversa2: “A voz estudantil numa escola democrática”
25 de outubro, 21h15, online
Debate 4: “Diversidade sexual e inclusão”, com Fabíola Cardoso (AE da Sertã) e Beatriz Pedroso
8 novembro, 21h15, sexta-feira, online
Debate 5: “O estado da Educação: tensões contemporâneas”, com Almerindo Janela Afonso (U. Minho)
22 de novembro, 21h15, auditória da ESAB, Braga e online
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Link das inscrições: https://forms.gle/FQmMZnbYzNW8p9dK7
Antes de cada debate será enviado por email o link de sessão zoom