Hoje é necessário entender que o País - todo o País - está à espera de alternativas. Mais importante do que "ser contra" é fundamental desmontar o que continua a ser o "discurso do inevitável"... e entender que esse problema não é só nosso. Temos que aprender com os irmãos gregos que hoje estão proibidos de se manifestarem contra a visita da Sra. Merkel. Connosco vai acontecer o mesmo ...questão de tempo. Alias, atente-se no que está já a acontecer em Espanha nomeadamente em Madrid.
Não tenhamos dúvidas que, lá como cá, as restrições aos chamados
"direitos" inerentes aos "regimens democráticos" serão ultrapassados um
após outro em função das "imperiosidades". Esta gente não pára ...tem um
desígnio planetário .Não podemos continuar a ser ingénuos e pensar que
esta "gentalha", de dentro e de fora, não recorrerá a todo o tipo de
repressão quando o entender necessário Não nos circunscrevamos a uma
perspectiva economicista. Por favor,é necessário urgentemente "ir à
frente".
Por outro lado e não mesmo importante atentamos com toda a nossa experiência e raciocínio que não podemos ser um P C 2! .
Muitos esperam
do bloco uma alternativa. A aliança da esquerda é fundamental e o Bloco
tem hoje uma posição única... Mas tem que estar à altura da situação e
saber demarcar-se a tempo de todos os que continuam convencidos que "só
eles são detentores da verdade". Sei que não é fácil...mas é tempo de o
Bloco assumir -- e está ao seu alcance-- que tem um papel fundamental
hegemónico embora consciente e humilde na mobilização ampla de toda a
esquerda. Tem o exemplo do Syriza . Seria muito mau por ultimo que fosse
o P C a liderar este processo que é inevitável como já se percebeu.
Sem dúvida que é importante derrubar este actual governo quanto mais
cedo melhor. Mas não o menosprezemos...não se trata de um governo
português "tout court"... Estamos a falar de um governo europeu, quiçá
mundial! Terá todo o apoio "internacional"... e só cairá quando "eles"
entenderem ser benéfico. Hoje o que se perspectiva é que "estes" vão
ser úteis até a aprovação do orçamento... e depois já estou a ver as
escolhas do Cavaco...e vai haver surpresas da área do PS e da UGT ou
afins... e dos chamados independentes.
O Bloco tem que perceber melhor movimentos como o do ultimo 5 de Outubro
e entender "as esquerdas" no seu melhor. Infelizmente, creio que ainda
não aprendeu que os tempos são de todos outros.
Não acordei para a política ontem. Tenho 66 anos e desde a universidade que todos os dias tento entender...e aprender com os erros . Meus caros... não entender que os tempos hoje já não são os mesmos dos anos sessenta - que saudades!-- é meter a cabeça na boca do leão..
Vamos em frente sem questiúnculas internas que há muito não fazem sentido... finalmente!
Por ultimo uma palavra de incentivo e solidariedade para o meu colega
João Semedo ...estando certo que poucos o contestarão. F. Louçã terá
que continuar e nesse aspecto é insubstituível dando todos os dias o seu
contributo a que nos habituou como alguém superior nos saberes e
experiência prática de um dia a dia vivido entre as nossas gentes...o
que é essencial. Em meu entender humilde seria imperioso, aqui e agora,
como antes se dizia, que houvesse um entendimento quanto ao
"organigrama" do Bloco. Confesso não me fazer sentido a ideia da
direcção bicéfala...e, mais, não a consigo entender, sem especulações
que me levariam a descrer na orientação imprescindível, no curto prazo,
do Bloco ... que, entendamos, seria imperdoável nos tempos que correm .
Há cada vez mais portugueses com os olhos postos no Bloco esperançados que possa ser o núcleo da união possível das esquerdas e não só partidárias. Gostaria muito que quaisquer divergências internas não os desiludissem.
Saudações e Votos de um Esclarecimento desinteressado e superior que se
impõe nestes dias que vivemos. Creio não haver hoje alternativas -- e
não o digo de ânimo leve-- à esquerda , leia-se aos portugueses, que não
passe pelo Bloco. Esta é uma responsabilidade que tem que ser entendida
e assumida.