A radicalidade não é um fetiche
Precisamos de um Bloco radical. Menos perdido nos Passos Perdidos, mais achado nas lutas e menos centrado no mediatismo imediatista. Para o qual o anticapitalismo não seja só uma palavra para dias de festa e se traduza permanentemente no concreto da política. Porque só a radicalidade trará as mudanças profundas de que necessitamos para ontem.
A democracia não é um incómodo
Precisamos de um Bloco mais participativo. Menos centrado num número reduzido de figuras que se perpetuam nos lugares e com mais rotatividade nos órgãos. Com a sua vida a partir efetivamente da base e que reinvente a militância como compromisso fundamental. Porque só a democracia mobiliza e junta as forças de que necessitamos a cada momento.
Os movimentos sociais não são um megafone
Precisamos de um Bloco com mais dedicação ao apoio dos movimentos e que não ceda à tentação de os controlar ou à ânsia de fazer “porta-vozes”. Com um diálogo aberto, modesto e crítico. Porque só o movimento dos trabalhadores, o antirracismo, o feminismo, o movimento LGBTQ+, o movimento de defesa dos animais dão vida à diversidade que é a nossa matriz.
O ecossocialismo não é um detalhe
Precisamos de um Bloco em que o ecossocialismo não seja só um discurso bonito, mas que tenha consequências a todos os níveis. Que faça da urgência climática a convocatória decisiva na luta para ultrapassar o capitalismo. Porque só assim sobreviveremos.
O antifascismo não é um momento do passado
Precisamos de um Bloco que saiba, ao mesmo tempo, fazer as pontes necessárias para combater o fascismo e os ultra-conservadorismos emergentes, apresentando-se como verdadeira alternativa sistémica. Porque só assim nos conseguiremos defender dos perigos que se avizinham.
A estratégia não é um jogo
Precisamos de um Bloco que não ponha a tática acima de tudo. Que abra as portas a novas formas de fazer política e a um repensamento programático para um socialismo do século XXI que recuse a social-democracia e o estalinismo. Que recupere a ofensiva no plano ideológico e para o qual as batalhas pela hegemonia não sejam menorizadas ou temidas. Só assim colocaremos na ordem do diaa construção do socialismo!
O Bloco de Esquerda sofreu uma derrota eleitoral significativa nas últimas legislativas sobre a qual é preciso retirar refletir e agir. O atual contexto de maioria absoluta, de crise e de inflação, de guerra é um desafio gigantesco. Precisamos de mais força para estes confrontos e de mais clareza para não repetir os erros do passado.
É com estas preocupações em mente e com o desejo de construir o Bloco que é preciso para travar todas estas lutas que convocamos uma reunião aberta para o próximo domingo, dia 19 de fevereiro, pelas 10h, a ser realizada na Sede Nacional do Bloco de Esquerda (Rua da Palma, nº268, Lisboa) e por Zoom.
Caso queiras participar na reunião por Zoom, envia-nos e-mail para: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Subscrevem:
Aan Gomes Branco
Alexandre Café
Alexandre Cunha
Ana Martins
Carlos Carujo
Ezra Santos
Joana La Cueva
João Alcobia
João Patrocínio
José Dias
José Guerra
Luís Santos
Miguel Barrantes
Paulo Pica
Pedro Cardoso
Samuel Cardoso
Soraia Simões
Vítor Gomes
