A aldeia de Montes Altos albergava a maioria da população trabalhadora da mina de São Domingos, que começou em 1858 pela companhia Manson and Barry, prolongado-se até 1966, ano do seu encerramento. A mina tinha ligação ao porto fluvial do Pomarão, no rio Guadiana, por meio de um caminho-de-ferro mineiro com cerca de 15 km de extensão.
Com o encerramento da mina, muitos dos habitantes da aldeia emigraram. Em 1993, a população da aldeia reduzia-se a dez habitantes. Nasceu então o Centro Social dos Montes Altos, que iniciou um processo de revitalização da povoação, estendendo esse trabalho às comunidades vizinhas. Foi construído um Lar de Terceira Idade e desenvolvidas outras valências de apoio à população idosa; foram também criadas três empresas de inserção e desenvolvidas iniciativas solidárias.
Resultado: a população de Montes Altos aumentou seis vezes, invertendo-se o processo de despovoamento. A instituição emprega hoje cerca de 50 funcionários, sendo o terceiro maior empregador do concelho de Mértola. O Lar de Terceira Idade foi construído em pouco mais de dois anos. Tudo isto foi relatado a Miguel Portas por Diogo Sotero, presidente da direcção do Centro Social de Montes Altos.
O eurodeputado fez questão de dar o Centro Social de Montes Altos como um bom exemplo de uma aposta nas pessoas que deu resultados efectivos.
Herdade da Ínsua
Antes, a caravana do Bloco de Esquerda passou pela Herdade da Ínsua, propriedade de empresários espanhóis de uma empresa chamada Eurocompetência. A empresa promoveu o abate ilegal de
mais de um milhar de azinheiras adultas em povoamento no concelho de Serpa, o que levou a Autoridade Florestal Nacional a interditar a alteração do uso do solo durante 25 anos. Em 26 de Junho de 2008, o Tribunal Judicial de Serpa decidiu embargar obras na Herdade da Ínsua, que passou a substituir a área de montado pela plantação de olival intensivo.
"Este tipo de olival e um sorvedouro de água e é um investimento de ciclo rápido, que o proprietário pode vir a abandonar", denunciou Miguel Portas, que salientou o descumprimento das decisões judiciais por parte da empresa e afirmou que o Alentejo não precisa de uma nova monocultura: "esta não é a resposta para o Alentejo nem para as gerações futuras".
À tarde, depois de fazer o lançamento do livro "Périplo" no Centro de Estudos Islâmicos de Mértola, Miguel Portas Juntou-se a Francisco Louçã numa acção de divulgação de material de propaganda naquela vila alentejana.