A Praceta da Manta Rota, junto à
praia, acolheu mais um participado comício do Bloco, desta feita
precedido de um interessante momento musical protagonizado por Sofia
Grácio, que a solo e ao piano reinventou alguns êxitos pop.
Quanto
aos discursos, Ana Drago, deputada e candidata do Bloco à Assembleia
da República, mencionou a medida anunciada por Sócrates de atribuir
duzentos euros pelo nascimento de cada criança. "Uma medida
ridícula que não resolve nada. Para quantos anos de manuais
escolares dá?" interrogou a deputada, sublinhando que este ano o
preço dos livros escolares aumentou quatro vezes mais do que a
inflacção. "Uma família que ganhe 700 euros e tenha dois filhos
sabe que Setembro é o seu pior mês", acrescentou Ana Drago, que
revelou a proposta do Bloco: "o Estado deve garantir os manuais
escolares a todas as crianças através de uma bolsa de empréstimos,
passando os livros que estivem em bom estado para os próximos
alunos".
Mas "este governo não ajuda quem precisa",
pelo contrário, "promove o desemprego, a precariedade" e até
"fez uma reforma da segurança social que daqui a 20 anos vai
reduzir as pensões para metade" acusou Ana Drago, para concluir
sobre o PS: "Não confiamos mais nestes senhores".
Se em
Sócrates não se pode confiar, o mesmo se pode dizer de Manuela
Ferreira Leite. "Não apresentou programa e queixa-se que Sócrates
lhe anda a copiar as ideias. Pois nós bem sabemos que sim, que
Sócrates imita a Direita. Ferreira Leite já lá esteve no governo e
durante o tempo em que foi ministra das finanças, o país
confrontou-se com 200 mil novos desempregados. Não nos esquecemos!",
exclamou a deputada, concluindo que "o Bloco é a alternativa de
confiança para responder à crise".
"O poder local
não pode ser uma feira de vaidades"
Ainda antes de Ana
Drago, a primeira intervenção do comício coube a Tomás Ribeiro,
candidato do Bloco à Câmara Municipal de Vila Real de Santo
António, que afirmou o seu compromisso com a defesa dos mais
desfavorecidos e o investimento na saúde, na educação e na
habitação para todos. Tomás Ribeiro frisou também que o poder
local "não pode ser uma feira de vaidades", garantindo que do
dicionário do Bloco não fazem parte as palavras "compadrio,
especulação e corrupção".
Cecília Honório, cabeça de
lista às eleições legislativas pelo distrito de Faro, frisou que o
Algarve se transformou numa "auto-estrada da especulação
imobiliária". E acrescentou que "o que se passa na hotelaria é
o regresso ao século XIX" referindo-se à exploração, ao medo e
à precariedade extrema dos trabalhadores deste sector, "tudo por
trás do belo postal turístico da região".
A finalizar o
comício, Francisco Louçã, criticou José Sócrates e Manuela
Ferreira Leite por terem "medo do debate" dado que "quererem o
mínimo debate possível" sobre os problemas do país. "José
Sócrates diz que só aceita debates a dois com Ferreira Leite. Claro
está: quer o debate mais fácil, recusa discutir olhos nos olhos com
quem confronta o desemprego, a especulação e a crise. O Bloco de
Esquerda quer debater com todos olhos nos olhos" garantiu
Louçã.
Os banqueiros voltaram a ser o alvo mais atacado por
Louçã: "em tempo de crise aumentam os spreads bancários,
absorvendo as poupanças das pessoas para pagarem a si próprios o
que perderam no casino da especulação". E rematou: "O país tem
mais de 500 mil desempregados mas os bancos lucram 6 milhões de
euros por dia, e os seus donos, com o rei na barriga, aumentam como
querem os seus prémios, mordomias e benesses."
“PS e PSD não são de confiança, o Bloco é a alternativa”
21 de Agosto 2009