quarta-feira, 16 setembro 2009 03:56

“Bloco recusa avaliação persecutória”

Comício do Bloco em Setúbal, actuação de Fernando Tordo - Foto de Paulete MatosFrancisco Louçã afirmou que a avaliação por quotas é uma "avaliação a fingir", que o "Bloco recusa a avaliação persecutória" e que só a derrota da maioria absoluta garante que Maria de Lurdes Rodrigues não continuará como ministra da Educação. O coordenador do Bloco de Esquerda fez estas declarações num comício em Setúbal, com a presença de cerca de 300 pessoas, onde Fernando Tordo cantou e também intervieram Albérico Afonso, Mariana Aiveca e Fernando Rosas. Ver vídeo. Ver fotos.

Francisco Louçã lembrou que Manuela Ferreira Leite, quando foi ministra da Educação, fez uma lei para proibir os professores de darem declarações públicas: "a lei da rolha, a asfixia democrática", sublinhou, concluindo que "Maria de Lurdes Rodrigues seguiu a política de Manuela Ferreira Leite".

O coordenador do Bloco de Esquerda afirmou depois que a "avaliação por quotas não é avaliar, é fingir que se avalia, não é olhar para os resultados dos exames ou para os resultados do trabalho, (...) é impor antes dos exames a classificação que as pessoas vão ter".

O dirigente bloquista denunciou então que na função pública para os 4.000 dirigentes a avaliação não conta para os salários, ao contrário do que acontece para os restantes trabalhadores. E irónico, salientou: "José Sócrates, homem generoso, está a pensar não tanto nos 4.000 dirigentes da função pública, mas em especial em 300 boys que foram nomeados a seu tempo, cuja comissão de serviço há-de concluir-se ao longo dos próximos meses e portanto têm de ser protegidos agora por quem os nomeou. Jobs for the boys, jobs for the boys - dá-se todo o emprego aos que são favorecidos, porque fazem parte do grupo político".

Para Francisco Louçã esta é a diferença entre o Bloco de Esquerda e PS, "entre quem assume responsabilidades e quem impõe privilégios", disse acrescentando que, por isso, "o Bloco recusa a avaliação persecutória, a avaliação por quotas".

Por fim, Louçã lançou uma questão.

"José Sócrates não inventou nada, só foi buscar as piores decisões do Governo do PSD e do CDS. E por isso eu pergunto a José Sócrates o mesmo que perguntei a Durão Barroso: Se o primeiro-ministro usar o sistema das quotas para avaliar o seu Governo, onde é que põe Maria de Lurdes Rodrigues? É excelente e vai continuar? Ou não é excelente e não vai continuar?" - interrogou.

"Porque eu percebo a atrapalhação do primeiro-ministro, ele diz que só vai ter ministros novos no próximo governo mas depois logo a seguir vem dizer ‘ah não mas os ministros novos também são ministros velhos', são velhos-novos. E Maria de Lurdes Rodrigues? É nova-velha? Ministra velha-nova? Fica ou não fica?", continuou o coordenador do Bloco.

Para Francisco Louçã, o líder do PS "é incapaz de o dizer às pessoas" porque "Maria de Lurdes Rodrigues quando não houver maioria absoluta nunca poderá ficar, mas José Sócrates quer que a sua política continue e quer ameaçar os professores com a continuação dessa política".

E concluiu, dizendo que "a força de tanta gente na esquerda que pensa com a sua cabeça é não permitir que continue uma maioria absoluta, é conseguir que haja uma esquerda maior, em que se sabe que o que fazemos é o que dizemos".

Antes de Louçã, intervieram Albérico Afonso, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Setúbal, que denunciou o "festival de promessas em Setúbal", por parte de PSD, PS e CDU, promessas que fazem e que já tinham feito antes e nunca cumpriram, "promessas velhas com rótulos novos".

Mariana Aiveca salientou que os programas estão a ser debatidos como nunca o foram em eleições anteriores e que o programa do Bloco se tornou insuportável para Sócrates, porque é "uma alternativa à política deste país".

Fernando Rosas denunciou Vieira da Silva, ministro do Trabalho e cabeça de lista do PS por Setúbal, por ter prometido revogar o Código de Trabalho de Bagão Félix e, como ministro, ter feito pior. Responsabilizou também o ministro e o governo pelo despedimento de 200 trabalhadores da Gestnave e de ter lançado centenas de trabalhadores do Arsenal do Alfeite na mobilidade especial da função pública. Considerando que estas eleições não são uma escolha entre PS e PSD, mas entre ambos e o Bloco de Esquerda, Rosas concluiu: "Estas eleições podem ser um pequeno passo no sentido da emancipação do trabalho".

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